Quando falamos em educação inclusiva, uma das maiores responsabilidades que temos é conhecer profundamente as necessidades dos nossos alunos. Muitas vezes, nos deparamos com crianças que apresentam transtornos que impactam diretamente o processo de aprendizagem, e entre os mais frequentes estão o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
É comum que, por falta de informação, as pessoas confundam esses dois transtornos, afinal, eles podem apresentar algumas manifestações comportamentais semelhantes. No entanto, TDAH e TEA são condições distintas, que exigem olhares, compreensões e estratégias específicas para promover o desenvolvimento e o bem-estar dos estudantes.
O que é o TDAH?
De acordo com Beczik (2010), o TDAH é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade que se manifesta de forma mais intensa do que o esperado para crianças da mesma idade. Ou seja, não se trata apenas de uma criança agitada ou dispersa, mas de alguém que realmente enfrenta grandes desafios para manter a atenção, controlar os impulsos e organizar suas ações.
Na prática, crianças com TDAH apresentam características como:
- Dificuldade constante para manter o foco, mesmo em atividades que gostariam de realizar. Impulsividade, agindo ou falando antes de pensar, interrompendo frequentemente as conversas ou as atividades.
- Inquietação física, demonstrada pela necessidade constante de se mexer, levantando-se ou movimentando-se sem parar.
- Falta de organização, o que se reflete tanto nos seus materiais escolares quanto na maneira como administra o tempo e as tarefas.
- Dificuldade em concluir tarefas, pois a distração acontece rapidamente, levando a um ciclo de iniciar sem finalizar.
O que é o TEA?
Já o Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento que deve estar presente desde a infância. Ele impacta principalmente a forma como a criança se comunica e se relaciona socialmente, além de influenciar seus comportamentos e interesses.
O TEA é um espectro, o que significa que pode se manifestar de formas variadas, e cada criança tem suas próprias características únicas. Algumas das principais manifestações que observo em alunos com TEA são:
- Dificuldade em interagir socialmente, com pouco interesse em brincar ou conversar com outras crianças, além de evitar contato visual.
- Alterações na linguagem, que podem variar desde o atraso na fala até a repetição constante de palavras ou frases (ecolalia), ou até mesmo a ausência total de fala.
- Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos ou repetir ações sempre da mesma forma.
- Interesses restritos e intensos, muitas vezes voltados para temas muito específicos ou partes de objetos, com pouca flexibilidade para mudanças.
- Sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, como sons, luzes, texturas e cheiros, que podem causar desconforto ou até crises.
Por que é importante entender essas diferenças?
Embora alguns comportamentos possam parecer semelhantes, entender as diferenças entre TDAH e TEA é fundamental para oferecer um suporte adequado a cada aluno. É preciso olhar para o indivíduo como um todo, perceber como ele percebe o mundo e como se expressa.
Essa compreensão nos ajuda a desenvolver estratégias que respeitam a singularidade de cada criança, permitindo que elas se sintam acolhidas, valorizadas e capazes de aprender no seu ritmo e da sua maneira.
Na prática, para o professor mediador, isso significa estar sempre atento às particularidades, promovendo adaptações e criando um ambiente que favoreça a concentração, a comunicação e o desenvolvimento social e emocional.
A inclusão verdadeira passa pelo conhecimento, pela empatia e pelo compromisso de fazer a diferença na vida dos alunos com necessidades específicas. Entender o TDAH e o TEA é um passo importante para que possamos caminhar juntos, educadores, famílias e alunos, rumo a um futuro mais justo, respeitoso e cheio de oportunidades.
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